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De acordo com o último Relatório Mundial sobre a Visão, publicado em 2021 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos 2,2 bilhões de pessoas têm uma deficiência visual e, dessas, pelo menos 1 bilhão de pessoas têm uma deficiência visual que poderia ter sido evitada ou que ainda não recebeu qualquer assistência. Com quase 7,9 bilhões de pessoas no mundo hoje, é como afirmar que pouco mais de uma em cada quatro pessoas no mundo tem algum tipo de deficiência visual! Fica evidente, portanto, que o cuidado com a visão é um tema de extrema importância e que merece nossa atenção.

DOENÇAS OCULARES COMUNS QUE NORMALMENTE NÃO CAUSAM DEFICIÊNCIAS VISUAIS

Blefarite: inflamação das pálpebras perto da base dos cílios;

Calázio e Hordéolo (“Terçol”): glândula lacrimal bloqueada ou infecção localizada;

Conjuntivite: inflamação da conjuntiva (camada que reveste a parte branca dos olhos);

Olho seco: produção inadequada de lágrimas, podendo gerar irritação e visão turva;

Pterígio: crescimento anormal da conjuntiva, muito relacionado à exposição solar;

Hemorragia subconjuntival: vasos sanguíneos danificados abaixo da conjuntiva.

DOENÇAS OCULARES COMUNS QUE PODEM CAUSAR DEFICIÊNCIAS VISUAIS, INCLUINDO CEGUEIRA

Degeneração macular relacionada à idade: manchas, sombras ou distorção da visão;

Catarata: nebulosidade na lente do olho, levando a visão cada vez mais desfocada;

Retinopatia diabética: danos aos vasos sanguíneos da retina, levando à cegueira;

Glaucoma: dano progressivo do nervo óptico, geralmente das bordas ao centro da visão;

Erros refrativos: miopia (dificuldade de ver de longe), presbiopia (dificuldade de perto);

Tracoma: após muitos anos de infecções oculares, os cílios podem se curvar para dentro.

FATORES DE RISCO

Atenção: os fatores de risco indicam apenas que você tem uma maior probabilidade de ter a doença em relação àqueles que não apresentam os fatores de risco. Ter fator de risco não significa, necessariamente, que você possui a doença.

Existem diversos fatores de risco relacionados às doenças oculares, incluindo o envelhecimento, genética, exposição a alguma substância, comportamentos relacionados ao estilo de vida, infecções e diversas condições de saúde. Dentre eles, o envelhecimento é o principal fator de risco para muitas doenças oculares (ex.: presbiopia, catarata, glaucoma, degeneração macular relacionada à idade). Abaixo, alguns dos fatores de risco:

Envelhecimento (principal fator de risco);

Fatores genéticos (maior probabilidade, se algum membro da família tiver a doença);

Etnia (algumas doenças são mais comuns em determinadas etnias);

Tabagismo (principal fator de risco evitável);

Nutricional (ex.: deficiência de vitamina A, C, E, B6, B9, B12);

Ocupacional (risco de lesão ocular e exposição à substâncias);

Infecções (exemplo: conjuntivite, toxoplasmose, sarampo, etc);

Condições de saúde (diabetes, hipertensão, artrite reumatoide, esclerose múltipla, etc);

Medicamentos (exemplo: uso prolongado de esteroides aumenta o risco de catarata e glaucoma);

MUDANÇA NOS COSTUMES

Evite coçar a região dos olhos;

Cuidados com a exposição solar: utilize óculos de sol para proteção contra raios ultravioletas;

Óculos e lentes de contato somente com prescrição médica;

Higienização adequada das lentes de contato;

Em situações de risco, utilize proteção ocular;

“Regra dos 20”: a cada 20 minutos em telas (computador, celular, etc), descanse 20 segundos olhando para outro local;

Evite o uso de telas com brilho muito intenso, bem como a exposição excessiva diária (se possível, ajuste a tela de seu dispositivo com um filtro de luz azul);

Cuidados com a maquiagem: muitos produtos podem causar alergia ou irritação no olhos;

Cuidados nutricionais: evite o excesso de gorduras e carboidratos e insira elementos como ômega 3 e vitamina A na sua dieta.

Evite fumar;

Faça exercícios físicos regularmente;

Faça um “check-up” anual para prevenção, inclusive das doenças oculares;

P

rocure um oftalmologista (recomendações abaixo).

Em caso de acidentes, enxaguar a região dos olhos com soro fisiológico ou água em grande quantidade e repetidamente. Nunca utilize colírio ou outro produto para esta finalidade.

COM QUE FREQUÊNCIA EU DEVO IR AO OFTALMOLOGISTA?

Em geral, não há dúvidas quanto à procura pelo médico oftalmologista quando há algo de errado nos olhos, mas vale destacar que muitas das doenças são assintomáticas quando ainda estão em sua fase inicial. Por isso, não espere, necessariamente, o surgimento de sinais e sintomas oculares para agendar uma consulta oftalmológica. Siga as recomendações abaixo:

Pré-natal: antes mesmo do nascimento, é possível diagnosticar doenças maternas que oferecem risco à saúde ocular, como a rubéola, toxoplasmose e sífilis;

Bebês e crianças: no mínimo, a cada 3 anos;

A partir dos 40 anos: anualmente;

Necessidades específicas: de acordo com a queixa e ou recomendação médica.