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As lesões por esforços repetitivos contemplam diversas doenças causadas pela realização de atividades contínuas e repetitivas, responsáveis pela alteração de tendões, articulações, músculos e nervos, dentre as quais as mais conhecidas são a tendinite, a tenossinovite e a bursite.

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Quando causadas por movimentos repetitivos durante a execução de um trabalho são chamadas de DORT, que se refere aos Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho, e são consideradas por normas técnicas como síndromes clínicas, caracterizadas por dor crônica no pescoço, ombro e/ou braços, podendo também acometer os quadris e as pernas, devido ao esforço laboral.

Comportamentos geradores

Na maioria das vezes, as doenças são provocadas por atividades relacionadas à organização do trabalho, como a repetição de movimentos, postura inadequada, fatores psicológicos e sobrecarga física.

Principais sintomas

Os sinais e sintomas de LER/DORT são múltiplos e diversificados, podendo-se destacar:

A dor como primeiro sinal;

• Alterações como formigamento e dormência, sensação de diminuição, perda ou aumento de sensibilidade, fraqueza para segurar objetos, desconforto, fadiga, inchaço, enrijecimento muscular, choques, agulhadas ou peso nos membros, aumento ou redução da temperatura;

• Dificuldade de movimento para uso dos braços, especialmente das mãos, podendo ocorrer sinais como inchaço, vermelhidão, e dor, além áreas com redução de volume.

Estes sinais e sintomas são de evolução lenta e insidiosa, o que leva muitos trabalhadores a procurar auxílio de um profissional especializado muito tardiamente. Daí a necessidade do trabalhador, ao primeiro sintoma, procurar a assistência médica.

O início dos sintomas é insidioso, com predominância nos finais da jornada de trabalho ou durante os picos de produção, ocorrendo alívio com o repouso à noite e nos fins de semana. Aos poucos, os sintomas tornam-se presentes por mais tempo durante a jornada de trabalho e, às vezes, passam a estar presentes durantes as noites e finais de semana.

Em geral, o alerta só ocorre para o paciente quando os sintomas passam a existir durante a realização de esforços mínimos, comprometendo a capacidade, seja no trabalho ou em casa.

Medidas de prevenção

As medidas de prevenção das LER/DORT englobam correções do ambiente de trabalho, adoção de medidas preventivas e de novas formas e ferramentas de trabalho por parte da empresa bem como as ações individuais por parte dos trabalhadores. Para isso, destaca-se algumas dicas importantes para evitar essas condições:

Manter sempre uma postura apropriada durante o horário de trabalho, com as costas eretas, seja em pé ou bem apoiadas no encosto da cadeira quando assentado.

• Fazer pausas e alongamentos a cada 60 minutos.

• Respeitar os limites do corpo.

• Utilizar apoios ergonômicos para os punhos e pés durante a utilização do computador.

• Manter o monitor na altura dos olhos para evitar a sobrecarga no pescoço.

• Utilizar cintas e outros acessórios de proteção fornecidos pela empresa ao executar tarefas que exigem força física.

• Praticar exercícios físicos regularmente.

• Manter um estilo de vida saudável, com uma boa qualidade de sono, boa alimentação, condicionamento físico e manutenção da saúde em geral.

Tratamento

Quanto mais precoce o diagnóstico e o início do tratamento adequado, maiores as possibilidades de êxito. No entanto, geralmente o diagnóstico é difícil e o primeiro passo para um tratamento adequado é entender e determinar a causa dos sintomas, que podem variar de uma pessoa para outra. Muitas vezes é preciso recorrer a uma avaliação multidisciplinar para identificar corretamente a situação.

Grande parte das pessoas, no entanto, procuram ajuda profissional apenas quando estão em uma crise, optando pelo uso de anti-inflamatórios e repouso. A demora em tratar do problema pode trazer um problema ainda maior, exigindo, em alguns casos, fisioterapia e cirurgia.

Neste sentido, a prevenção é a melhor forma de tratar e combater a LER/DORT. Para isso, além do tratamento multiprofissional, empresas de todos os segmentos devem procurar aplicar ações de controle dos fatores desencadeantes e agravantes, a fim de preservar e equilibrar os colaboradores e as condições de trabalho, garantindo um ambiente mais seguro. Se não ocorrer mudanças nas condições de trabalho, há grandes chances de piora progressiva da doença.

Para a realização de um tratamento efetivo é necessário, entre outros, a investigação de fatores causais a partir do paciente. Para isso é importante identificar o histórico da queixa atual, avaliar o paciente de forma integral, bem como seus hábitos e comportamentos relevantes e, de fundamental importância, perguntar detalhes de como e onde o paciente trabalha, como é sua rotina e ambiente de trabalho, tanto do atual, quanto dos anteriores.