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Das mais de 339 milhões de pessoas com asma no mundo, aproximadamente de 20 milhões estão no Brasil e apenas 12,3% dos asmáticos estão com a doença bem controlada. Por isso, tão importante quanto saber sobre o diagnóstico de asma é saber como tratar adequadamente seus sintomas.

O sistema respiratório é o nome dado ao conjunto de órgãos e tecidos que permitem a ocorrência da respiração. Esse processo pode ser dividido em duas partes: ventilação e respiração celular (células do corpo). A ventilação é formada pela via aérea superior (fossas nasais, faringe e laringe) e a via aérea inferior (traqueia, brônquios, bronquíolos e alvéolos), partes responsáveis pela condução do oxigênio presente no ar para dentro dos pulmões e dos gases produzidos nos pulmões para o meio externo. Já a respiração celular é o processo em que as células do nosso organismo utilizam o oxigênio captado para produzir energia, e então devolvendo um outro gás (dióxido de carbono – um dos produtos do metabolismo celular) eliminado ao ambiente.

Você sabia? Além da respiração (inspiração e respiração), propriamente dita, o sistema respiratório também possui papel fundamental na fonação (produção da voz), no olfato, na proteção do organismo contra as substâncias nocivas e irritantes presentes no ar, além de muitos outros papéis diretos e indiretos no metabolismo em geral.

Na ventilação, as vias aéreas inferiores formam uma espécie de tubo (figura acima), no qual o oxigênio percorre até chegar aos pulmões. Esse tubo, formado por uma camada muscular fina que pode contrair ou relaxar, diminuindo ou aumentando, respectivamente, o seu calibre de acordo com diversos fatores ambientais ou do próprio organismo. E é exatamente nesse ponto que que devemos focar para o entendimento da doença: pessoas com asma apresentam hiperresponsividade e inflamação nesse tubo (brônquios). Por meio de uma predisposição ambiental, genética e/ou imunológica, pode ocorrer uma resposta desproporcional nesse tubo responsável pelo fluxo respiratório, levando a uma dificuldade na capacidade ventilatória da respiração.

Agora que você já sabe o que acontece com as vias respiratórios inferiores do paciente com asma, principalmente quando em momentos de crise (“crise asmática”), ficou mais fácil de entender o porquê de essas pessoas estarem no grupo de risco para a covid-19, não é mesmo?

Como a insuficiência respiratória é uma das principais complicações da covid-19, o paciente com asma pode evoluir mais rapidamente para um caso grave da doença!

Quando o assunto é o tratamento da asma, fica quase impossível não lembrar daquela famosa “bombinha” (imagem acima) para o controle da doença, não é mesmo? Pois bem, esse tipo de uso da medicação é realmente muito eficaz, mas cuidado: ela não está indicada em todos os casos e a maioria dos pacientes com mau controle do tratamento da doença relatam o uso excessivo e, muitas vezes, desnecessário delas.

Além da ampla combinação da terapia farmacológica (comprimidos, inaladores, corticoides, entre outros) direcionada, de acordo com o estágio da doença de cada pacientes, outro fator fundamental no controle é a observação e o afastamento dos chamados “fatores-gatilho”, como por exemplo os domésticos (poeira, ácaro, mofo, pelos de animais, baratas, etc), irritativos (fumaça de cigarro, poluição, forno a lenha, perfumes, produtos de limpeza, pintura recente), sazonais (pólen), exposição ocupacional, medicamentos, entre outros.

Para se ter uma boa resposta ao tratamento, deve-se ter em mente que o acompanhamento médico deve ser feito com frequência muito bem estabelecida e respeitada, pois existem diversas combinações terapêuticas possíveis. Além disso, lembre-se de que a terapia farmacológica sem o controle dos “fatores-gatilho” não é suficiente para o manejo da doença.

Com informações: Ministério da Saúde